84% dos consumidores pretendem economizar mais em 2015

Publicado em 24/07/2015

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A situação econômica do Brasil, que passa por um período de ajuste e dificuldades, tem refletido no comportamento do consumidor que continua se mostrando cauteloso no momento de comprar e se endividar, de acordo com pesquisa sobre a percepção da oferta de crédito, consumo e do sentimento em relação ao futuro, promovida pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) em parceira com a TNS Brasil, líder global em pesquisa de mercado. O levantamento mostra que 84% dos consumidores afirmaram que pretendem mudar o padrão de consumo economizando mais em 2015. O número é quase o mesmo do registrado no primeiro trimestre do ano, quando 85% dos entrevistados já tinham informado que alterariam o padrão de consumo. No último trimestre de 2014, esse percentual era de 75%. "O consumidor está mais preocupado em dar conta dos compromissos que já tem", afirma Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi. De acordo com o levantamento, que avaliou a percepção dos consumidores no segundo trimestre de 2015 frente aos três primeiros meses do ano, 92% dos entrevistados disseram que a inflação é a principal responsável pelo freio na decisão de novos financiamentos. Entre o primeiro e o segundo trimestre subiu de 76% para 84% o total de consumidores que disseram não ter a intenção de fazer um financiamento em 2015. Além de se mostrar mais propenso a economizar, o consumidor está mais pessimista. Segundo a pesquisa, subiu de 66% em abril para 71% em julho o total de consumidores que acredita que a situação financeira do país é ruim ou péssima. "O desemprego continua impactando no otimismo dos consumidores", diz Tingas. Para 86% dos entrevistados, o desemprego vai aumentar nos próximos meses, ante 81% apontado no levantamento do primeiro trimestre deste ano. No rol de preocupações dos consumidores, o desemprego superou a inflação alta, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A perda de emprego impacta diretamente a renda das famílias e pode elevar a inadimplência. Segundo dados da entidade, a proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso alcançou 21,5% em julho, ante 21,3% em junho, ao passo que o percentual de famílias endividadas alcançou 61,9%, queda em relação aos 62% observados em junho e em relação aos 63% de julho de 2014. Na análise de Bruno Fernandes, economista da CNC, a redução no endividamento total é um efeito positivo da queda na disposição dos consumidores em gastar. A pesquisa considera dívidas com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguros. A avaliação é que os consumidores estão quitando dívidas antigas em vez de fazer compras. O lado negativo desse cenário, segundo o economista, é que a inflação elevada e o aumento do desemprego afetam a renda e levam as famílias a atrasar o pagamento das dívidas. "Daí a ameaça de alta na inadimplência", diz. Diário do Comércio

Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto

Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.