Inadimplência de pequenas e médias empresas já chega a 10%

Publicado em 20/07/2015

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No segundo trimestre deste ano, a inadimplência das empresas cresceu 10,7% na comparação com igual período de 2014, segundo pesquisa da Boa Vista Serviços (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Em outra base de comparação, o índice de calote subiu 9,4% no primeiro semestre deste ano contra igual período do ano passado. É importante ressaltar que a maior parte das empresas pesquisadas pela Boa Vista são pequenas e médias, sobre as quais aumentaram os registros de cheques devolvidos e titulos protestados. No acumulado de quatro trimestres até junho - contra os quatro trimestres antecedentes - a inadimplência subiu 8,3%. Este foi o maior ritmo de crescimento desde os últimos três meses de 2012, quando o indicador atingiu 5,9%. A série da Boa Vista SCPC mostra que a inadimplência das empresas ficou negativa do segundo trimestre de 2013 até o primeiro de 2014. Depois, cresceu gradualmente e deu um salto desde os primeiros três meses deste ano, quando estava em 5,8%, na série acumulada. Flavio Calife, economista da Boa Vista SCPC, diz que a baixa capacidade de pagamento de dívidas pelas empresas é resultado de um cenário de retração econômica, no qual as empresas faturam menos. "Todos os setores estão sendo atingidos, o comércio e a indústria. Até os serviços estão tendo receita real negativa", afirma Calife. O economista lembra que, ao mesmo tempo em que as vendas caíram, houve forte aumento de custos para as empresas. Mesmo a saída mais comum adotada por empresários, que é a contratação de capital de giro, está mais difícil e com taxa de juros maior. "O cenário é de aperto para honrar pagamentos e deve seguir assim até o fim deste ano. Mas não deve piorar. Acredito que a inadimplência das empresas encerre 2015 em um número próximo ao do último trimestre (8,3%), podendo chegar a dois dígitos", afirma. Ele diz que a inadimplência é um indicador antecedente ao de pedidos de falência, que também cresceram segundo outro levantamento da Boa Vista SCPC. O cenário para o próximo semestre é de redução de custos e de mão de obra nas empresas, o que também gera ônus para o caixa, que deve seguir com a receita menor. Fora isso, boa parte da alta de custos foi absorvida com os aumentos promovidos nas tarifas de energia elétrica e de água, por exemplo. Além de procurar ajustar as despesas à receita, Calife diz que as empresas terão de lançar mão de outras técnicas para conseguir sair da inadimplência. Com o crédito restrito e os juros elevados nos bancos, uma saída pode ser por meio da venda de ativos (bens) ociosos - o desenvestimento. Diário do Comércio

Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto

Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.