Marcas líderes perdem espaço nas prateleiras de redes pequenas

Publicado em 17/11/2014

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O Yamato, supermercado localizado no bairro do Jabaquara, zona Sul de São Paulo, foi obrigado a alterar toda a sua rotina de compras e ainda buscar novos fornecedores para a sua loja. Acostumado a adquirir 30 caixas (cada uma com 20 unidades) de sabão em pó Omo por quinzena, agora compra apenas cinco. O caso se repete com o café Pilão, o leite Batavo, o arroz Camil, os iogurtes da Danone, o feijão Guto, o leite condensado Moça e centenas de outros produtos considerados de primeira linha. As compras de marcas líderes foram reduzidas em torno de 35% neste semestre e o estoque das mercadorias de segunda linha, ao contrário, aumentou. O fato é que, depois da Copa, o consumidor reduziu o volume de compras e também passou a trocar as marcas mais caras por mais baratas. “Esta situação me faz lembrar o período das remarcações, quando os preços subiam cada vez que chegava uma nova remessa de mercadoria à loja e quando o consumidor passou a adquirir produtos de marcas desconhecidas”, afirma Flávio Augusto Pandolfi, sócio-gerente do Yamato. Assim como o Yamato, outras dez redes de pequeno porte espalhadas por São Paulo, que compram produtos em forma de pool - isto é, em conjunto, para tentar obter preços mais em conta das indústrias-, também cortaram as compras de marcas líderes. “Se eu não participasse deste grupo, provavelmente, já teria fechado as portas. As margens de lucro estão apertadíssimas”, afirma Pandolfi. A situação exposta por Yamato e outros supermercados de pequeno porte expõe o que o Sincovaga (Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo) constatou em uma pesquisa realizada neste mês para identificar o comportamento dos consumidores, principalmente da classe C, formada por cerca de metade da população brasileira, neste final de ano, considerando, claro, a situação econômica atual do país: preços e juros em alta e famílias mais endividadas. Das pessoas consultadas, 51% informaram que diminuíram as compras e trocaram de marcas neste ano e 53,1% passaram a comprar produtos de marcas desconhecidas. Em relação às compras específicas para o Natal, 58% disseram que vão diminuir e 50,5% que vão substituir itens --leia-se procurar produtos mais em conta, de segunda linha. Diário do Comércio

Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto

Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.