Taxa de desemprego em junho é recorde desde 2010

Publicado em 27/07/2015

Tempo de Leitura • 3 min

O ano de 2015 tem se caracterizado pela interrupção do processo de queda no desemprego visto em anos anteriores, disse nesta quinta-feira, (23/07), a técnica Adriana Beringuy, da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Além de taxas de desemprego mais elevadas, elas estão assumindo uma tendência de crescimento. A realidade é bem diferente de 2014, que era de um mercado de trabalho estável." A taxa de desemprego subiu a 6,9% em junho deste ano, a maior desde junho de 2010, segundo o IBGE. Na comparação interanual, o avanço se deu porque houve corte de vagas e mais de 500 mil pessoas saíram às ruas para buscar trabalho. "O aumento ocorreu devido ao crescimento muito importante e muito elevado da população desocupada, compartilhado com queda na ocupação", diz Adriana. "O crescimento da desocupação está sendo abastecido por aqueles que perderam emprego e passam a pressionar mercado, mas também pode estar sendo provocado por pessoas que antes não estavam procurando trabalho e agora passam a pressionar o mercado buscando emprego." Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), diz que o aumento das demissões no comércio e nos serviços é resultado da queda do faturamento dessas atividades, conforme mostram os dados divulgados pelo IBGE. "Infelizmente, este processo deve continuar nos próximos meses. Podemos esperar algum alívio apenas no último trimestre, quando as empresas estiverem se preparando para as vendas de Natal. Diferentemente do governo, elas não têm como fazer o seu ajuste pelo lado da receita: são obrigadas a cortar na carne, o que o governo não fez até agora”, afirma Burti. Em junho, a desocupação cresceu 44,9% em relação a junho do ano passado. Já a população ocupada diminuiu 1,3% no período, segundo o IBGE. Para Adriana, a principal fonte de pressão é a população de jovens entre 18 e 24 anos, que tem registrado um intenso aumento na desocupação. A taxa de desemprego nesta faixa da população, que era de 12,3% em junho do ano passado, saltou a 17,1% em junho de 2015. A massa de renda real habitual dos ocupados nas seis principais regiões metropolitanas do País somou R$ 49,5 bilhões em junho, estável em relação a maio, informou o IBGE. Na comparação com junho de 2014, o montante diminuiu 4,3%. Já a massa de renda real efetiva dos ocupados totalizou R$ 49,8 bilhões em maio deste ano, estatisticamente estável em relação ao mês de abril. Ante maio de 2014, houve redução de 3,8% na massa de renda efetiva. O rendimento médio real do trabalhador, já descontados os efeitos da inflação, foi de R$ 2.149,00 em junho de 2015, segundo o IBGE. O resultado significa alta de 0,8% em relação a maio e recuo de 2,9% ante junho do ano passado. Diário do Comércio

Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto

Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.