Taxa de juros do cheque especial sobe para 246,9% ao ano em julho

Publicado em 31/08/2015

Tempo de Leitura • 4 min

A taxa média de juros no crédito livre subiu de 43,4% ao ano em junho para 44,2% ao ano em julho, segundo dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira (26/08). Com essa alta, a taxa volta a ser a maior da série iniciada em março de 2011. Desde o início do ano, em todos os meses a taxa de juros tem sido recorde e batido a do mês anterior. No ano até o mês passado, a taxa subiu 6,9 pontos percentuais, já que em dezembro de 2014 estava em 37,3% ao ano. Em 12 meses até julho, a alta é de 7,2 pp. Para pessoa física, a taxa de juros no crédito livre passou de 58,4% ao ano em junho para 59,5% ao ano em julho, também a maior da série histórica. Para pessoa jurídica, houve elevação de 27,5% ao ano para 27,9% ao ano de junho para julho. CHEQUE ESPECIAL Entre as principais linhas de crédito livre para pessoa física, o destaque vai para o cheque especial, cuja taxa subiu de 241,3% ao ano em junho para 246,9% ao ano no mês passado. Isso equivale a uma média de 10,92% ao mês. Ao longo de 2015, a taxa cobrada por uma das linhas mais caras que o consumidor pode acessar perde apenas para o rotativo do cartão de crédito (pagamento mínimo da fatura). Os juros do cheque especial subiram 45,9 pontos percentuais, já que em dezembro de 2014 a taxa média dessa modalidade estava em 201% ao ano (9,62% ao mês). Já para o crédito pessoal, a taxa total subiu de 48,7% ao ano em junho para 49% ao ano em julho. No caso de consignado, a taxa passou de 27,3% ao ano para 27,8% ao ano de junho para julho e, nas demais linhas, de 112,7% ao ano para 113,8% ao ano. No caso de aquisição de veículos para pessoas físicas, os juros passaram de 24,7% ao ano para 24,5% ao ano de um mês para outro. A taxa média de juros no crédito total, que também inclui as operações direcionadas, subiu de 27,6% ao ano em junho para 28,4% ao ano em julho. ROTATIVO O juro médio total cobrado no cartão de crédito subiu 3,6 pontos percentuais de junho para julho. Em janeiro, a instituição passou a incorporar dados sobre esse segmento, que regula desde maio de 2013. Com a alta na margem, a taxa passou de 87,3% ao ano em junho para 90,9% ao ano no mês passado. O juro do rotativo é a taxa mais elevada desse segmento e também a mais alta entre todas as avaliadas pelo BC, batendo até mesmo a do cheque especial. Atingiu a marca de 395,3% ao ano em julho ante 372,1% de junho, uma elevação de 23,2 pontos porcentuais na margem. Ao mês, a taxa de julho equivale a 14,26%. No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro aumentou 1,3 ponto de junho para julho, passando de 118,2% ao ano para 119,5% ao ano (6,77% ao mês). INADIMPLÊNCIA DO CONSUMIDOR A taxa de inadimplência geral no crédito livre ficou em 4,8% em julho ante 4,6% de junho. Para pessoa física, passou de 5,3% para 5,4% na comparação mensal. Para as empresas, subiu de 3,9% para 4,1% de um mês para o outro. Desde o início do ano, verifica-se uma certa estabilidade no volume de calote ao sistema financeiro, segundo informou o Banco Central. A inadimplência do crédito direcionado avançou de 1,1% em junho para 1,2% em julho. O dado que considera crédito livre mais direcionado mostra inadimplência de 3% em julho, ante 2,9% em junho. No crédito livre para pessoa física, a inadimplência no crédito pessoal passou de 2,2% em junho para 2,3% em julho. No cheque especial, subiu de 14,3% para 14,9% na mesma comparação mensal. Na aquisição de veículos, ficou estável em 3,9%, mesmo valor desde dezembro de 2014. No cartão de crédito, avançou de 7,2% para 7,5%. ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro caiu de 46,1% em maio para 45,8% em junho. O BC começou a fazer o levantamento em janeiro de 2005 e o retrato sobre o nível de dívidas brasileiras passou a ser incorporada na nota de crédito pelo BC no mês passado. O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses e incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (PNAD) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento também apresentou leve queda em junho, ficando em 27,1% da renda anual. Em maio, estava em 27,4%. Esta taxa de dois meses atrás - a mais recente disponibilizada pelo BC - é a mais baixa desde março de 2009, quando os reflexos da crise internacional de um ano antes estavam mais latentes. Na ocasião, estava em 28,01%. Ainda segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) permaneceu em 21,9% de maio para junho. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda passou de 19,6% em maio para 19,5% em junho. Diário do Comércio

Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto

Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.