Conservadora, renda fixa oferece maior retorno em maio
Publicado em 02/06/2014
Tempo de Leitura • 5 min
As campeãs em rentabilidade no mês passado foram as aplicações em renda fixa, segundo ranking elaborado pelo administrador de investimentos Fabio Colombo. Quem mais ofereceu ganhos foram os fundos de renda fixa, que tiveram rendimento bruto de 1% a 1,15% em maio, dependendo da composição da carteira e da taxa de administração do fundo. No ano, o retorno foi de, em média, 4,89%.
Essas aplicações ganharam vantagem em razão da pausa do ciclo de alta da taxa básica de juro Selic, que permaneceu em 11% ao ano. Sinara Polycarpo, superintendente de investimentos do Santander, lembra que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada fez a curva de juros futuros para 2017 ceder um pouco e sair de 12% ao ano para 11,70% ao ano. "Baixou um pouco e isso será bom para fundos prefixados de renda fixa e os que estão atrelados a papéis indexados à inflação. Quando o juro futuro cai, a rentabilidade para essas aplicações é positiva, considerando a marcação a mercado [atualização diária no valor dos títulos em carteira]", explica Sinara.
Os títulos públicos que acompanham a variação da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também ofereceram boa rentabilidade em maio, de 0,85% a 1%, dependendo do prazo do papel. No ano, a rentabilidade média foi de 5,75%.
Esses títulos são as Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B), e pagam a variação do IPCA e mais um cupom de juros.
O administrador de investimentos diz que esses papéis estão com taxas atrativas, atualmente na faixa de 5,5% a 6% ao ano. "São aplicações que estão pagando mais do que a inflação. O ganho real pode ser de 5% a 6% ao ano", alerta Sinara.
Acima da inflação
De forma geral, as aplicações em renda fixa ofereceram retorno acima da inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), que teve deflação de 0,13% em maio e ficou em 3,21% no ano.
Apesar disso, os fundos DI tiveram rentabilidade bruta menor do que o fundo de renda fixa e os títulos públicos. Em maio, o retorno foi de 0,75% a 0,90% ao ano, dependendo da taxa de administração da aplicação. No ano, o desempenho médio foi de 4,20%.
Segundo Colombo, a perspectiva para o fundo DI é de desempenho fraco, com juro real líquido de 0% a 2% ao ano, dependendo da taxa de administração do fundo, a alíquota de IR e a política econômica do governo.
Rendimento similar foram oferecidos pelos Certificados de Depósito Bancário (CDBs), que fecharam maio com rentabilidade indicativa de 0,70% a 0,85%, dependendo do valor investido e do risco de crédito do banco emissor do CDB. No acumulado do ano, essa aplicação rendeu em média 4,02%.
Sinara, do Santander, diz que tem recomendado aos clientes que aumentem a exposição em renda fixa como forma de diminuir o risco da carteira. "O cenário está complicado para investir, com baixo crescimento e uma inflação que não dá sinais de arrefecimento", comenta. Ela diz que há um leque grande de aplicações na renda fixa, que passa por opções de menor liquidez e maior risco como as debêntures de infraestrutura isentas de Imposto de Renda (IR). "Há também as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), que são isentas de IR. No banco, oferecemos retorno de 81% do CDI (Certificado de Depósito interbancário) para aplicação total no banco a partir de R$ 30 mil e prazo de seis meses", afirma.
Moedas e ouro em baixa
No ranking elaborado por Colombo, o dólar fechou com uma pequena valorização de 0,40% em maio. No ano, o desempenho foi negativo em 4,80%. "Mesmo com um déficit no saldo de transações correntes, o dólar não subiu bastante porque teve muito investidor estrangeiro entrando na renda fixa e aproveitando a taxa de juro atrativa do Brasil. Além disso, o Federal Reserve (Fed) sinalizou que uma alta no juro dos Estados Unidos só ocorrerá em 2015. Quando a taxa subir lá é natural que o fluxo de capitais migre para uma economia mais segura. Como esse movimento ainda não ocorreu, isso ajudou o fortalecimento do real e de outras moedas", afirma a superintendente do Santander.
Fabio Galdino, analista da Guide Investimentos, diz que é difícil saber quando a trajetória do dólar vai mudar, mas concorda que um componente que manteve o real valorizado foi o apetite do investidor estrangeiro por risco, em troca de uma a taxa de juro alta. "Mas acredito que ainda vamos ter a adequação do dólar para outro patamar. Podemos ver essa moeda mais forte, até porque a atividade nos Estados Unidos está melhorando", analisa Galdino.
Quem também acompanhou o ritmo de queda frente ao real foi o euro, que fechou com redução de 1,35% em maio. No acumulado do ano, a moeda enfraqueceu mais ainda em relação ao real, e caiu 5,99%. "O crescimento na Europa foi menor do que o mercado esperava. Isso fez com que a moeda perdesse força frente ao dólar e ao real", diz administrador de investimentos.
Considerado um metal porto seguro para os investidores em tempos de crise, o ouro também fechou o mês com queda de 1,58% em seu valor. Como é cotado em dólar, boa parte do recuo ocorreu por causa da desvalorização da moeda norte-americana. No ano, por outro lado, a variação do ouro foi positiva em 0,11%.
Fonte: Diário do Comércio
Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto
Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.