É carnaval
Publicado em 28/02/2014
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A publicidade e o carnaval sempre tiveram profunda relação. As marcas caem na folia como mostram reclames do passado e peças sofisticadas de hoje. Tudo para participar, estar presente, nos memoráveis momentos de alegria de seus consumidores, mesmo daqueles que fogem da folia em direção às praias e serras, pois lá estarão as marcas com guarda sol e latas de refrigerantes e cervejas vestidas para a festa.
As bandas, os blocos e as escolas de samba de todas as cidades brasileiras também descobriram o filão e dele tiram seu quinhão enquanto veículos a levar uma imagem ou mensagens a todos. A banda carioca “Suvaco de Cristo” este ano saiu às ruas embalada pelo tradicional Leite de Rosas, que as avós dos foliões usavam literalmente no suvaco.
Nessa festa patrocinada, entram prefeituras buscando estimular o turismo, empresas, profissionais, entidades e tudo que se possa colar aos enredos, até produtos inusitados a lembrar o surgimento da festa, o intrudo, como farinha de trigo e ovos. Os carnavalescos e os organizadores de blocos, bandas e qualquer agrupamento de foliões sempre têm uma solução pronta para abrir alas para as marcas, favorecidos pela diversidade brasileira, suas diferentes correntes migratórias e suas manifestações regionais. Tudo acaba em samba.
E, diga-se, não é de hoje. Nos anos 1900, os automóveis se valiam dos corsos, o desfile de foliões nos carros, para exibirem suas capotas conversíveis e o sonhado conforto automotivo. Confete, serpentina e muit o lança-perfume (hoje proibidas por serem produzidas com éter) faziam a festa. E tinha ainda as modistas, que produziam memoráveis colombinas e pierrôs.
Dos corsos para os clubes, o carnaval foi encontrando no percurso parcerias com a publicidade, inclusive de governos, seus feitos, suas realizações ou o cantar de um Brasil grande e faceiro tanto em ambientes fechados, nos clubes, no tradicional palco do Teatro Municipal que antes abrigava as noites de gala no eixo Rio-São Paulo ou nas praças.
As cervejas foram abrindo camarotes nas avenidas do samba e os medicamentos, principalmente aqueles que combatem a ressaca, foram entrando na dança. O importante, desde tempos distantes preservados em amareladas fotos, é que a alegria reine.
E nesse ano encurtado por Copa e eleições, é a paulistana Leandro de Itaquera que hoje abre alas para o desfile no Anhembi. É tempo de carnaval e de celebrar a Copa. Com o enredo “Ginga Brasil, Futebol é Raça. Em 2014, a Copa do Mundo Começa Aqui”, a escola que fica no bairro em que o estádio do Corinthians foi construído promete levantar as arquibancadas.
Só que, hoje, o mais importante é garantir a audiência na televisão e nisso as escolas se esmeram e a publicidade se vangloria. Depois de longos seis meses de negociação com a Fifa, a Leandro de Itaquera vai poder usar os símbolos oficiais da Fifa convidando todos para os jogos.
Na sequência virão a Rosas de Ouro para falar de beleza, seguida da X-9, dos Dragões da Real da Acadêmicos do Tucuruvi e da tradicional Vai-Vai. E como os enredos e o samba se desdobram, amanhã tem mais com Pérola Negra, Gaviões da Fiel e o “gorducho” e fenomenal Ronaldo, Mocidade Alegre, Nenê de Vila Matilde, Águia de Ouro, Impéril de Casa Verde e Acadêmicos do Tatuapé.
No dia seguinte e na segunda-feira, são as grandes escolas do Rio de Janeiro que desfilam, enquanto todas as ruas sambam com seus blocos e as praças como os clubes com suas bandas. É carnaval. E no país do carnaval a publicidade samba junto como os divertidos reclames que ilustram essa coluna. Não fuja da folia, participe, mesmo porque ela estará presente onde você estiver. Bom carnaval!
Fonte: Diário do Comércio
Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto
Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.