Feira do Empreendedor deve gerar R$ 5,6 milhões em negócios

Publicado em 09/02/2015

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Donos de empresas, pequenos empreendedores e muitos entusiastas em busca de construir seu próprio negócio lotaram o Parque Anhembi, centro de exposições localizado na zona norte de São Paulo, para conhecer uma das novidades da maior feira de empreendedorismo do mundo. O evento, que a partir deste ano será anual, abriga mais de 400 expositores (14% a mais que na última edição), entre eles a Associação Comercial de São Paulo, em uma área de 30 mil metros quadrados. Os estandes foram ocupados por empresas de diversos setores, de fabricantes de carrinho de pipoca a confecções de uniformes para indústria. “A feira serve para conhecer as tendências do mercado”, diz José Roberto Carvalho, de 50 anos, dono da fabricante de embalagens Plástico Barueri, que participou do evento pela primeira vez. Segundo estimativas da organização, a Feira do Empreendedor deve movimentar mais R$ 5,6 milhões em negócios. Com programação de mais 350 palestras, a feira atraiu profissionais ainda sem empresa aberta que buscam capacitação para empreender. O metalúrgico desempregado Adriano Oliveira, de 30 anos, é um deles. “Assisti a debates sobre marketing digital e conheci prestadoras de serviços de internet”, diz. “Quero trabalhar com o meu cunhado numa fábrica de bijuterias. Serei responsável pelas vendas online.” No primeiro dia do evento, mais de 19 mil pessoas comparecem ao pavilhão. Workshops e cursos tiveram forte presença e causaram enormes filas nos corredores da feira. Veja como foram as principais palestras do dia: COMO LUCRAR COM A WEB Rodrigo Bonassi, especialista de e-commerce da empresa de tecnologia UOL Host, deu dicas para empreendedores que desejam abrir uma loja virtual. De acordo com números da empresa, o comércio eletrônico brasileiro movimentou cerca de 30 bilhões de reais em 2014 e vai continuar crescendo nos próximos anos. O especialista afirma ser recomendável que o empreendedor invista em mercados de nicho. “Vender produtos populares e de massa não é algo indicado para quem está começando”, afirma Bonassi. “Esses mercados tendem a ter grandes empresas já estabelecidas como concorrentes.” Bonassi definiu mercado de nicho como subcategorias de produtos que ainda não foram totalmente exploradas. No mercado de varejo esportivo, por exemplo, réplicas de modelos antigos de camisas de futebol podem ser encaradas como um nicho. Ele também deu orientações sobre como expor os produtos na loja. “É necessário descrever detalhadamente as características das mercadorias, como material de fabricação, local de produção e itens de segurança”. Dessa forma, os produtos têm mais chances de aparecem em sites de buscas, como o Google, que usam palavras chaves ao realizar pesquisas na internet. HISTÓRIAS QUE FORJAM MARCAS A palestra sobre como criar storytelling (contar história) foi uma das mais frequentadas pelos participantes do da feira. Ministrada pela paulistana Katia Simões, jornalista especializada em negócios, ela explicou a importância de narrativas criativas sobre empresas e produtos na criação de identidade de uma marca. “As pessoas gostam de ouvir histórias com emoção, empatia e ensinamentos”, disse Kátia. “As empresas podem aproveitar para contar suas próprias histórias e fidelizar os clientes”. No entanto, é preciso ter cuidado. Recentemente, a fabricante de sorvetes Diletto foi denunciada por extrapolar na criatividade. A empresa afirmava que sua origem remetia ao senhor italiano Vittorio Scabin, avô do fundador da Diletto Leandro Scabin, que antes da Segunda Guerra misturava frutas frescas com neve para fazer sorvete – e os vendia num carrinho de mão, o mesmo que estampa as peças publicitárias da empresa. Mas na verdade, a história do senhor Vittorio nunca existiu. O avô de Leandro era jardineiro e já morava em São Paulo muito antes da Segunda Guerra. “Tudo era uma peça de publicidade”, disse Kátia. “As histórias devem ser verdadeiras, caso contrário, o cliente se sente enganado e a empresa perde sua credibilidade.” GESTÃO PARA MICROEMPREENDEDORES Já no início da noite, o coordenador comercial de microfinanças do Banco Bradesco, Abner Batista, explicou elementos de gestão para quem está dando seus primeiros passos no empreendedorismo. Numa conversa com jeito de palestra motivacional – teve até dinâmicas com bexigas –, o consultor comentou sobre a importância de separar as contas da empresa das contas pessoais do empresário. “O empreendedor não pode negligenciar as contas da empresa e achar que o negócio é um fundo para seus gastos pessoais”, disse Batista. Diário do Comércio

Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto

Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.