Perspectivas para 2017

Publicado em 20/12/2016

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O ano de 2016, seguramente, será considerado no futuro como um dos piores para a economia brasileira. Os últimos dados indicam que a queda da atividade econômica será muito parecida à registrada no ano passado, configurando o pior biênio da história do país, num contexto de fortes quedas do consumo do investimento produtivo, da produção industrial e dos serviços e de desemprego crescente. Em meio a esse cenário desalentador, contudo, existem três notícias favoráveis. A primeira se refere à inflação, que, frente à intensa contração do gasto agregado e à descompressão dos custos, começa a mostrar intenso recuo, que deverá prosseguir ao longo de 2017. Outro aspecto favorável vem da balança comercial (diferença entre exportações e importações), que tem apresentado importantes saldos positivos, assegurando nossa solvência externa, embora grande parte do resultado decorra do efeito negativo da recessão sobre as importações. A terceira boa nova diz respeito às contas públicas. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/55 foi aprovada, finalmente, tanto pela Câmara como pelo Senado, abrindo caminho para o reequilíbrio fiscal. Esse caminho, muito provavelmente, será “pavimentado” com a aprovação da reforma previdenciária durante o próximo ano, cuja proposta o Governo já enviou ao Legislativo. Uma menor taxa de inflação e a perspectiva de contenção das despesas governamentais permitirão que o Banco Central comece a reduzir de forma mais “agressiva” a taxa de juros básica a partir de 2017, o que diminuirá o custo do crédito, possibilitando que famílias e, principalmente, empresas possam renegociar suas dívidas, etapa imprescindível para a futura recuperações do consumo e do investimento produtivo. Apesar das incertezas políticas, o efetivo início do ajuste fiscal, marcando a volta de um modelo de política econômica mais consistente, será fundamental para a recuperação da confiança do setor privado, principalmente dos empresários, o que poderá, paulatinamente, iniciar a recuperação da produção, que conta com grande capacidade ociosa, gerando criação de novos empregos. Em síntese, a política econômica segue no caminho certo, devolvendo a economia brasileira ao “prumo”. Essa tarefa, porém, além de impor sacrifícios e escolhas para toda a sociedade, deverá ser lenta em entregar resultados. Sem outro “motor” alternativo, o cenário mais provável é de moderado crescimento da atividade para 2017. Diário do Comércio

Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto

Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.