Vendas do varejo reagem em maio, mas ainda estão abaixo de 2015
Publicado em 18/05/2016
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As vendas do comércio na cidade de São Paulo mostraram reação na primeira quinzena deste mês em relação a abril, mas continuam em queda na comparação com igual período do ano passado.
De acordo com levantamento da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), com base em dados da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), na primeira quinzena deste mês, o movimento de vendas a prazo subiu 1,1% e o de vendas à vista, 38,5%, em relação a igual intervalo do mês de abril.
Na comparação com o mesmo período de 2015, o indicador de vendas a prazo caiu 15,7% e o de vendas à vista, 18,7%.
Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), diz que as quedas das vendas decorrem de fatores macroeconômicos e, também, do período analisado, que coincidiu com a intensificação da crise político-institucional e o aumento da insegurança, acarretando no afastamento de Dilma Rousseff.
"Com a chegada do novo governo não se espera nenhuma reação imediata do varejo, mas é possível que, passado o calor do momento, a economia se acalme um pouco e as quedas nas vendas passem a ser menores", diz Burti.
Para Emílio Alfieri, economista da ACSP, a reação nas vendas em maio sobre abril revela alguma recuperação em lojas de roupas e calçados durante a comemoração do Dia das Mães.
Essa elevação, no entanto, foi bem menor do que costuma ocorrer neste período. Nos últimos três anos, de acordo com Alfieri, o movimento de vendas à vista em maio sobre abril cresceu 45%, em média, e o a prazo, 15%, em média.
“Os dados revelam que o consumidor não comprou eletrodomésticos, móveis e outros produtos mais caros para as mães, como já era previsto. Está constatado que as mães ganharam presentinhos.”
A queda de 15,7% no movimento a prazo e de 18,7% no movimento à vista em relação ao ano passado é acentuado, na avaliação de Alfieri, porque a base de comparação é alta.
“Neste mesmo período, no ano passado, as vendas estavam em patamares mais elevados”, afirma ele.
Em maio do ano passado, o movimento de vendas à vista caiu 2,4% e, o a prazo, 3%, na comparação com igual período de 2014. “A queda das vendas ainda não havia se aprofundado”, diz.
Para Alfieri, não há sinais de mudanças neste cenário nos próximos meses. “Com o aumento da confiança dos empresários e dos consumidores, o que podemos esperar para este ano é que as vendas caiam menos, mas não parem de cair”, diz o economista.
Em 1992, com o impeachment de Collor, as vendas caíram perto de 17% até setembro, na comparação com o ano anterior, fechando o ano com recuo de 10%.
Com o governo Itamar, as quedas nas vendas foram menores, de 1,7%. Em 1994, com o Plano Real, as vendas voltaram a subir, chegando a 13,7% em relação a 1993.
Usando a técnica de projetar o futuro olhando para o passado, diz Alfieri, o que dá para prever é que as vendas podem reagir daqui a um ano ou um pouco mais.
Diário do Comércio
Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto
Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.