O que você cortou com a crise? 5 gestores respondem

Publicado em 09/05/2016

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Silvia não realiza mais transações bancárias pela internet, e só faz compras à vista. Tallis substituiu o serviço de motoboy pelo mundo tecnológico. Gustavo cortou as campanhas de divulgação e não participa mais de eventos. Márcio trocou as lâmpadas comuns por led. E Everton proibiu o desperdício de alimentos. Essas e muitas outras ações fazem parte de um cenário de alta inflação e desemprego crescente, que tem obrigado os brasileiros a ajustarem o orçamento para enfrentar a crise. Com boa parte da renda comprometida com gastos essenciais, como alimentação, transporte, e contas de consumo, reduzir gastos pode ser considerado quase, que uma mágica. O Diário do Comércio ouviu empresários e executivos sobre como a crise os estimulou a modificar alguns hábitos para preservar funcionários, e garantir o faturamento. Veja o que eles cortaram com a crise: Supermercados Coop Com 27 lojas no Grande ABC, e no interior de São Paulo, a rede de supermercados Coop vem adotando medidas estruturais desde 2013 para diminuir despesas, como a redução de consumo de energia elétrica por meio de troca de lâmpadas comuns por leds, investimento em novos geradores e um sistema de refrigeração mais moderno para garantir ganhos em eficiência energética. Comparada ao ano anterior, a economia registrada nas despesas em 2015 foi de 9% - impulsionada principalmente, pela compra de energia elétrica no mercado livre, que poupou um gasto de R$ 1,4 milhão. De acordo com Marcio Francisco Blanco do Valle, presidente da Coop, ano passado, também houve racionalização da mão de obra -- sem demissões-- que resultou em uma economia de 9% em comparação a 2014 “Para manter nossa competitividade no mercado varejista, o tripé – inovação, produtividade e redução de custo – continua sendo a pauta para 2016, somada a fortes investimentos em treinamento e capacitação da equipe, suporte imprescindível para que os bons resultados aconteçam.” Camiseta Feita de Pet Pequena, e com uma proposta sustentável, a loja virtual Camiseta Feita de Pet, de São Paulo, sentiu os primeiros efeitos da crise no início deste ano.Silvia do Prado, diretora de marketing e negócios da marca teve que fazer várias adaptações para diminuir os gastos. Habituada a fazer pagamentos via TED, por um custo de R$ 14,50 por operação, hoje a empresa recorre ao depósito direto na conta do cliente. “Tivemos uma economia de R$ 797,50, em abril, com 55 pagamentos”, diz. As compras, que antes da crise eram faturadas, agora são feitas à vista –uma economia de 8%, que no montante anual chegará a R$ 50.000,00. Trocar todas as lâmpadas da fábrica por LED, trouxe também uma economia média mensal de 22%. Remanejar o tempo de estadia em eventos fora de São Paulo tem gerado uma economia de R$ 500 por viagem, e comprar uma máquina para produzir a própria embalagem sustentável – uma economia de R$ 0,45 por peça foram outras estratégias implantadas. Aplicativo Singu Depois de criar um aplicativo bilionário, o Easy Taxi, Tallis Gomes se aventura em uma nova start-up, a Singu, que oferece serviços de salão de beleza delivery, em São Paulo, e que apesar da crise, dobra de tamanho a cada novo mês. Mesmo longe de ser afetado pela crise, Gomes é obcecado por estratégias de gestão para reduzir custos. Para lidar com questões burocráticas, como gestão de contratos, Gomes eliminou as impressões, reduziu o serviço de motoboy, e diminuiu 50% dos custos. Gomes também aposta em ferramentas tecnológicas para otimizar o processo de vendas. Estabelecer parcerias é outra estratégia. Em março, por exemplo, a Singu selou um acordo com a Estée Lauder, que distribuiu seu kit de maquiagem samshbox, como cortesia, para os maquiadores que atendem pelo aplicativo. Além de reduzir custo, as ações atraem mais profissionais para a sua base. Mercadão dos Óculos Com a crise econômica, a rede de franquias de São Paulo, Mercadão dos Óculos também fez alguns ajustes na empresa. Gastos com campanhas de divulgação, e participação da marca em feiras e eventos foram cortados. A decisão veio após Gustavo de Freitas, sócio-diretor constatar que o investimento nessas ações em 2014 teve pouco retorno. “Além disso, a otimização em todos os processos da empresa ajudou para reduzir custos”. Brasileirinho Delivery Para Everton Didone, diretor de expansão da Brasileirinho Delivery - que se propõe a servir comida brasileira em box térmico, em todo o Estado, fases de instabilidade exigem boa administração, e redução total de despesas extras. “Nós da franqueadora, e os franqueados somos preparados para trabalhar com o mínimo de desperdício possível na confecção dos pratos”, diz. “Também é importante saber o que e quando comprar os insumos evitando que os produtos estraguem, ou seja, cortamos o desperdício”. Diário do Comércio

Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto

Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.