Brasil perde 86.543 vagas de emprego em agosto

Publicado em 28/09/2015

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O Brasil fechou 86.543 vagas formais de emprego em agosto, a quinta queda mensal consecutiva, informou nesta sexta-feira (25/09) o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) Este foi o pior resultado para o mês desde 1995, quando foram fechadas 116.856 vagas. O saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) é fruto de 1.392.343 admissões e 1.478.886 demissões. O resultado de agosto foi muito inferior ao do mesmo mês do ano passado, quando foram criadas 101.425 vagas. O cenário ainda é de deterioração do mercado de trabalho, que deve fechar no campo negativo em cerca de 1,5 milhão neste e no próximo ano, devendo voltar a esboçar alguma recuperação apenas em 2017. A avaliação foi feita nesta sexta-feira (25/09) pelo professor e pesquisador Rodrigo Leandro de Moura, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). A tendência daqui para frente, disse o economista do Ibre/FGV, é que o saldo do Caged fique menos negativo, na faixa de 78 mil ante cerca de 86 mil em agosto, diante da expectativa das contratações temporárias de fim de ano. No entanto, Moura acredita que a recessão econômica deve inibir o número de contratados e o volume ser inferior a outros anos. Manoel Dias, ministro do Trabalho e Emprego, disse que não é possível firmar um prazo para a recuperação do emprego formal, que já acumula retração de 572.792 vagas neste ano. "O tempo que durará isso (demissões), não dá para fazer avaliação", disse em coletiva no Rio. Ele admitiu que o Brasil pode assistir ao fechamento de mais de um milhão de postos formais de trabalho este ano.No acumulado em 12 meses até agosto, o país já extinguiu 985.669 vagas com carteira assinada. "Podemos perder isso (um milhão de vagas), mas não quer dizer que estamos incapacitados de recuperar. O governo conhece o caminho da roça. Se teve capacidade de gerar 23 milhões de vagas nos últimos 12 anos, quando forem corrigidos os rumos da economia, acredito que vamos recuperar essa capacidade", afirmou Dias. Segundo ele, a própria contratação de empreendimentos pelo governo, como o Minha Casa Minha Vida, terá capacidade de gerar empregos. Ele afirmou que o Brasil teria mais dificuldades em recuperar os empregos perdidos até agora se a conjuntura fosse idêntica há 12 anos, com volume consideravelmente menor de reservas internacionais e com menos brasileiros empregados. "Seria difícil se vivêssemos o que era o Brasil há 12 anos", disse. "Há 12 anos, o Brasil vivia submetido a políticas impostas, por exemplo, pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). Hoje, nossa capacidade de recuperação é muito maior, com expectativas reais de que (haverá retomada) através das medidas que o governo vem tomando", afirmou o ministro. DESEMPREGO CRESCE MAIS NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO A industria de transformação foi a responsável pelo maior número de vagas formais de trabalho fechadas em agosto. No mês passado, o saldo do setor ficou negativo em 47.944 postos. O número é resultado de 217.048 admissões e 264.992 desligamentos no período e representa o pior dado para o mês desde 1995, quando foram fechados 70.504 postos. O setor da construção civil foi o segundo que mais fechou vagas no mês passado, com saldo negativo de 25.069, seguido do comércio, com 12.954 postos a menos, e da agricultura, que fechou 4.448 vagas formais de trabalho. A indústria extrativa mineral apresentou 888 postos a menos em agosto. O saldo líquido de agosto só não foi pior porque o setor de serviços gerou 4.965 vagas com carteira assinada no mês passado. A administração pública, por sua vez, abriu 730 postos. Diário do Comércio

Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto

Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.