Expectativa é pela recuperação da confiança dos empresários

Publicado em 01/09/2016

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Confirmando as expectativas dos analistas de mercado, o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre apresentou redução de 0,6% em relação aos primeiros três meses do ano, livre de efeitos sazonais. Na comparação com o mesmo período do ano passado e no acumulado dos ultimos quatro trimestres, observam-se resultados mistos, com queda menos intensa na primeira base de comparação (-3,8%) e mais pronunciada no caso da segunda (-4,9%). Para os economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), apesar da continuidade da recessão, os resultados do PIB do segundo trimestre parecem indicar que esta estaria arrefecendo, o que coincide com a sinalização de diversos outros indicadores de atividade econômica. Para os economistas da ACSP, a evolução da confiança de consumidores e empresários durante os próximos meses passará ser crucial para determinar a retomada da economia. Pelo lado da demanda, na comparação com o período abril-junho de 2015, o consumo das famílias, o principal componente, apresentou contração de 5,0%, causada pelas reduções da renda, do crédito e do emprego. Essa contração é menor que a observada para o primeiro trimestre, mantendo-se a igual base de comparação. Situação similar ocorreu com os investimentos produtivos e em infraestrutura (formação bruta de capital fixo), que, apesar da menor quantidade de crédito, dos níveis elevados de estoques e da baixa confiança do empresariado, mostraram retração de 8,8%, bastante inferior à observada nos três meses anteriores (-17,5%). A queda no consumo do governo, na comparação com o segundo trimestre do ano passado (-2,2%), que corresponde basicamente às despesas com servidores, foi mais pronunciada que a observada durante o período janeiro-março. O setor externo continuou a ser o único item da despesa a dar contribuição positiva, apesar das desacelerações observadas no crescimento das exportações e na contração das importações, produto da apreciação do Real, que afetou negativamente a competitividade da produção nacional. Pelo lado da oferta, na mesma base de comparação, novamente houve retração de todos os setores, porém abaixo da observada no primeiro trimestre. No caso da indústria vale notar que a retração de 3,0% é bastante menor à registrada entre janeiro e março (-7,3%), decorrente em boa parte da expansão das atividades ligadas ao setor elétrico, impulsionadas pelo desligamento das termelétricas. Os serviços, que constituem o principal setor produtivo da economia, mostraram diminuição de 3,3%, inferior ao ocorrido durante os primeiros três meses do ano (-3,7%), destacando-se as reduções no comércio (-7,4%) e nos transportes (-6,5%). A agropecuária também continuou mostrando redução (3,1%) inferior à divulgada para o primeiro trimestre (-3,7%), devido a choques climáticos adversos e a menor produtividade de algumas culturas. Diário do Comércio

Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto

Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.