Novas modalidades de pagamento invadem os restaurantes

Publicado em 31/07/2015

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Quanto tempo um cliente permanece em um restaurante? Estima-se a média em 1h10 entre o sentar e o levantar da mesa. Somente o processo de pagamento consome cerca de 20% desse tempo. Tudo começa ao chamar o garçom, depois pedir a conta, esperar ela chegar, pagar com dinheiro ou aguardar a máquina de cartões e, por fim, aguardar pela nota fiscal. Em alguns estabelecimentos, os consumidores também têm de enfrentar filas no caixa. Um ritual cotidiano, mas que demanda bastante tempo e, por vezes, uma dose de paciência. “O processo de pagamento é algo demorado e faz com que os garçons percam tempo numa atividade burocrática, em vez de se dedicarem exclusivamente ao bom atendimento”, afirma Eduardo Rocha, da CEO da KiiK, que produz aplicativo de gestão de pagamento. O uso de smartphones tem prolongado ainda mais a permanência dos consumidores dentro dos restaurantes. Eles estão gastando cada vez mais minutos olhando as redes sociais, trocando mensagens ou tirando fotos. Significa que a rotatividade das mesas pode ser menor. A tecnologia não é apenas uma vilã, ela também pode ser usada em benefício dos estabelecimentos para simplificar processos. Mas a maioria dos empreendedores ainda fica reticente em adotar novas ferramentas. De acordo com pesquisa realizada pela MasterCard com micro e pequenos empresários de quatro países (incluindo o Brasil) do setor de restaurantes, as principais barreiras para adoção de novas tecnologias são os custos (46%), a falta de conhecimento (31%) e preocupações com a falta de segurança e privacidade (27%). As novas ferramentas que estão entrando no mercado prometem quebrar esses obstáculos. Conheça aplicativos que são baratos, seguros e fáceis de usar. Eles permitem que as contas sejam pagas de formas simples e podem trazer mais agilidade ao dia a dia dos restaurantes. PAGAMENTO INVISÍVEL Juscelino Pereira, proprietário do italiano Piselli, localizado na região dos Jardins, zona oeste de São Paulo, diz que sempre procurou dar um atendimento especial para cada um de seus clientes. Há seis meses, ele decidiu testar o aplicativo Experiences, que faz reserva de mesas e realiza pagamentos. “Ao fazer um reserva podemos ver o perfil e a foto do cliente. Assim que ele chega no estabelecimento, já conhecemos seus gostos e o chamamos pelo nome”, afirma Pereira. “Dessa forma, conseguimos dar um tratamento personalizado, mesmo para um cliente que não é freqüentador habitual.” O app foi lançado em março passado e vem sendo usado por 20 restaurantes da capital. Os estabelecimentos pagam uma taxa de utilização similar aos das máquinas de cartões convencionais. Entre os principais diferenciais do Experiences está uma nova forma de pagamento, conhecida como invisível. Nessa modalidade, o cliente pode optar por pagar pelo cartão de crédito que já foi previamente cadastrado no aplicativo. Dessa forma, não há contas de papel, apenas um aviso no celular. O sistema é simples e dispensa as diversas idas do garçom à mesa. “Apenas o Experiences e o Uber usam essa modalidade de pagamento no Brasil”, afirma Josué Alencar, CEO do Experiences. O proprietário do Piselli aprovou a experiência. “Eliminar alguns passos da reserva e do pagamento ajudam nossos clientes a não perder tempo e nos tornou mais eficientes”, afirma Pereira. CARTEIRA MÓVEL Outro aplicativo que está ajudando os donos de restaurante é o Kiik, uma ferramenta que oferece um sistema completo de pagamento. Opera com diferentes modalidades, entre elas o Kiik Line, que organiza filas em estabelecimentos, e o Kiik Pay, que realiza o pagamento. O primeiro possibilita aos clientes conferir tempo de espera em seus smartphones e até entrar na fila antes de chegar ao local. No segundo, a conta chega à mesa com um QR Code e o cliente realiza a leitura por meio de um smartphone e pode pagar diretamente pelo celular usando um cartão de crédito. Os dados são criptografados e ficam protegidos. Essa modalidade é também chamada de carteira móvel por dispensar o uso de cartões físicos. “Os clientes não precisam sair com nada no bolso, apenas o celular”, afirma Mariana Gorski, sócia da Confeitaria Dama, que vende doces feitos de forma artesanal. A empresária adotou o aplicativo há um ano e meio em suas duas lojas localizadas no bairros paulistanos de Pinheiros e Higienópolis. Ela se interessou depois de observar essa modalidade de pagamento em suas viagens internacionais. “É importante utilizar ferramentas que mostram que nosso estabelecimento está alinhado com as novas tecnologias”, afirma Marina. “Para os clientes é bastante vantajoso porque facilita o pagamento e torna a experiência de compra algo mais prazerosa e simples”, afirma Eduardo Rocha, da CEO da KiiK. “Para os estabelecimentos, ajuda a entender os padrões de consumo dos consumidores, pois os dados ficam registrados no software”. Atualmente, o aplicativo é utilizado por 1400 restaurantes. Diário do Comércio

Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto

Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.