Pelo menos uma boa notícia: não há risco de país ter crise cambial

Publicado em 28/03/2016

Tempo de Leitura • 3 min

As contas do balanço de pagamentos em fevereiro revelam a continuidade da redução dos saldos negativos (déficits) comerciais e financeiros do país com o exterior, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central. Para economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), as contas externas estão brevemente equilibradas, graças aos saldos positivos alcançados pela balança comercial, que registra forte redução nas importações e o começo – ainda tímido - do crescimento das vendas ao exterior. “O Banco Central já reduziu sua projeção para 2016 do déficit (saldo negativo) da conta transações correntes de US$ 41 bilhões para US$ 25 bilhões. Fica, portanto, afastada qualquer possibilidade de o país voltar a ter crises cambiais, como no passado. Pena que esse equilíbrio das contas do setor externo está sendo alcançado por conta de uma recessão econômica”, dizem em nota. No mês passado, as transações correntes do balanço de pagamentos (valor das exportações menos importações de bens e serviços) apresentaram um saldo negativo de US$ 1,9 bilhão, uma queda de 73% em relação ao “rombo” de US$ 7,1 bilhões, registrado em fevereiro de 2015. No acumulado dos últimos doze meses, o saldo negativo somou US$ 46,3 bilhões, equivalente a 2,67% do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas do país), bem inferior ao verificado há um ano atrás, de US$ 102,8 bilhões (4,45% do PIB). A balança comercial (exportações menos importações de mercadorias) continua sendo a principal responsável pela melhora das contas externas. De um déficit de US$ 3,1 bilhões em fevereiro de 2015, apresentou saldo positivo (superávit) de US$ 2,9 bilhões em idêntico mês deste ano, sendo que, as exportações cresceram 11%, enquanto as importações recuaram 31%, segundo os economistas da ACSP. Em nota, eles afirmam que os resultados podem ser um sinal de que o setor exportador, principalmente de produtos manufaturados, começa a responder aos estímulos da valorização do dólar sobre o real. O dólar mais caro e a recessão econômica, fizeram com que outras contas reduzissem seus déficits, destacando-se os menores gastos com turismo de brasileiros, que viajam ao exterior, e a redução nas remessas de lucros e dividendos de empresas estrangeiras situadas no país. No primeiro bimestre do ano em relação ao mesmo período de 2015, o déficit de transações correntes apresentou redução de US$ 19,3 bilhões para US$ 6,7 bilhões. Esse menor desequilíbrio externo se explica pelos seguintes fatores: aumento do saldo positivo da balança comercial (US$ 9,5 bilhões); redução das viagens internacionais (-US$ 2,2 bilhões) e menores remessas de lucros e dividendos (-US$ 1,2 bilhão). Ainda no bimestre, os investimentos diretos de empresas estrangeiras no país, que atingiram US$ 11,3 bilhões, foram mais do que suficientes para cobrir o saldo negativo das contas correntes no período. “São capitais de longo prazo que tendem a se transformar em novos investimentos no país. Por outro lado, capitais considerados especulativos, como aplicações em ações e fundos de renda fixa, apresentaram saída líquida de US$ 7,3 bilhões, como resultado da deterioração dos indicadores econômicos e da crise política enfrentada pelo país”, afirmam. Diário do Comércio

Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto

Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.