Apesar da queda na produção de cerveja no terceiro trimestre, a perspectiva de um bom desempenho das vendas nos últimos três meses do ano deve garantir o crescimento do setor em 2014. Se confirmada a melhora entre outubro e dezembro, a expectativa de analistas é de que o mercado brasileiro de cerveja cresça cerca 3% neste ano (erm 2013 houve retração), impulsionado por fatores sazonais e pela decisão do governo de adiar o reajuste tributário para 2015. Ao longo do primeiro semestre, a demanda foi insuflada pelas elevadas temperaturas no verão, pelo carnaval tardio (em março) e pela realização da Copa do Mundo. De janeiro a junho, a produção de cerveja segundo o Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe) acumulou alta de 11,2%. Só o Mundial, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Cerveja (CervBrasil), colaborou para um aumento de 2,2% na produção. Passados os efeitos sazonais, o setor voltou a apresentar queda na produção em agosto e setembro. Mas, no acumulado do ano até setembro, os resultados são positivos. Além disso, analistas acreditam que a decisão do governo federal de adiar o reajuste tributário do setor para 2015 vai evitar aumentos expressivos nos preços. A AmBev, detentora de cerca de 70% do mercado, deve ser a principal beneficiada. Tal como aconteceu na Copa, quando a companhia congelou os preços, o novo adiamento dos impostos deve alavancar as vendas. A Brasil Kirin, ex-Schincariol, também acredita no crescimento. "Nós temos uma perspectiva de avanço, mas abaixo de dois dígitos", afirmou o vice-presidente de Operações da companhia, Alexandre Sanchez. A CervBrasil preferiu não definir um estimativa exata para o crescimento do setor neste ano, mas mantém a perspectiva de que a produção da bebida em 2014 deve reverter o resultado de 2013, quando houve retração de 2%. "Considerando o caráter sazonal dos produtos, o período de férias e festas de fim de ano sempre permitiu que as vendas (do quarto trimestre) fossem mais expressivas e compensatórias aos demais períodos", disse o presidente executivo da associação, Paulo de Tarso Petroni. Diário do Comércio