Varejo paulista indica leve início de recuperação
Publicado em 24/08/2016
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Com fortes quedas nos últimos meses, o comércio paulista pode ter tido uma trégua em junho. Na comparação com igual mês de 2015, as vendas do varejo ampliado (inclui todos os setores) do Estado de São Paulo encolheram 10,5%, de acordo com dados do levantamento ACVarejo, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Em maio, esse número chegou a 12,9%.
Na avaliação da entidade, a leve melhora no volume de vendas em todas as regiões e setores considerados poderia indicar o início de uma modesta recuperação, porém ainda no campo negativo.
No acumulado do ano, as vendas do varejo ampliado tiveram uma queda de 6,4%. Por outro lado, houve um leve crescimento de 2,2% no faturamento na mesma comparação.
Em 12 meses até junho, as vendas caíram 6,5% e o faturamento subiu 1,8%. Nesse cenário, a Região Administrativa 15, de Marília, a 443 quilômetros de São Paulo foi a única a registrar crescimento no volume de vendas, de 1,3%, na comparação anual, no varejo ampliado.
Já frente a junho de 2015, observou-se queda dos volumes de ambos tipos de varejo em todas as Regiões Administrativas (RAs) do Estado. O pior resultado observado aconteceu na RA-04 – Metropolitana Oeste, com queda de 18,5% (restrito) e 16,8% (ampliado).
Os números da crise do varejo paulista ainda são resultado da contração da renda, do crédito e do emprego, e a confiança do consumidor em níveis reduzidos.
VENDAS POR SETORES
Dos nove setores analisados pela pesquisa no Estado, todos apresentaram contração no volume de vendas.
Aqueles que são mais dependentes de crédito foram os mais prejudicados. São eles: lojas de móveis e decorações (-22,6%), concessionárias de veículos (-22%) e lojas de material de construção (-15,2%).
Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, avalia que a crise do varejo paulista, assim como a do resto do país, segue sendo puxada pela queda na renda e o maior custo do crédito.
Isso indica que, mesmo com uma leve melhora na queda, 2016 continuará sendo um ano muito difícil para os comerciantes paulistas.
"Temos que destacar que esse também pode ser um resultado isolado, e pode não indicar uma tendência", diz. "Estamos próximos a um desfecho político, e só então, saberemos como a confiança do consumidor se comportará".
Diário do Comércio
Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto
Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.