O futuro está em algum lugar do passado
Publicado em 10/02/2014
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Um executivo que, há poucos anos, tivesse visitado estandes e assistido a palestras na maior conferência mundial de varejo, realizada anualmente em Nova York, provavelmente montaria na cabeça um roteiro quase de ficção científica para a realidade do comércio norte-americano em 2014. Nesse cenário imaginário, as novidades tecnológicas seriam tão avançadas e estariam tão disseminadas que muitos consumidores não precisariam mais ter contato com pessoas na hora de comprar, nem mesmo nas lojas físicas – se elas ainda existissem. Os varejistas descobririam, em detalhes, todos os desejos de seus clientes, por meio do cruzamento de um número inacreditável de informações.
Pois o ano de 2014 chegou e o que se viu na 103ª edição do Retail’s Big Show, evento organizado em janeiro passado pela National Retail Federation (NRF, na sigla em inglês), foi bem menos fantasioso. As tecnologias, principalmente para a plataforma de smartphones, continuam avançando, mas os estudiosos e especialistas em varejo descobriram que o desejo do consumidor é quase ultrapassado: ele quer ser atendido, inspirado, emocionado, “abraçado”. Nas palavras de Rick Caruso, dirigente de um grupo de desenvolvimento de complexos de compras de grande porte nos Estados Unidos e um dos conferencistas: “Tenho a impressão de que o futuro será baseado em algo muito antigo”.
Nesse contexto, ganham força as lojas físicas, mas com novos conceitos, como a oferta de serviços diferenciados e personalizados, a ambientação convidativa e a transformação dos pontos de venda em centros de distribuição de produtos. Tudo para agradar um consumidor que hoje tem o poder na mão (literalmente, pelos smartphones que permitem pesquisas imediatas de qualidade e preço). A velha fórmula de empurrar produtos que o cliente não quer comprar (infelizmente ainda forte no Brasil) não funciona na era digital. Hoje o varejo precisa descobrir o que seus clientes querem comprar e basear nisso a formação do estoque; não se pode mais simplesmente escolher itens e depois tentar vender).
A realidade do varejo norte-americano, as inovações para os próximos anos e as dificuldades de adaptação das novas ideias ao mercado nacional foram apresentados na última semana no seminário Pós-NRF, organizado pela consultoria GS&MD, que esteve no Big Show com uma comitiva de empresários brasileiros. A seguir, os principais pontos do que será o futuro do varejo.
Fonte: Diário do Comércio
Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto
Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.