Confiança do consumidor melhora após mudança efetiva de governo
Publicado em 18/07/2016
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Os resultados de maio para as vendas do varejo restrito (que exclui veículos e material de construção) e ampliado (que inclui todos os setores), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), surpreenderam negativamente os analistas, ao mostrarem queda de 9% e 10,2%, respectivamente, em comparação ao mesmo mês do ano passado.
As causas para esses resultados, que são os mais fracos desde 2001, apesar de serem influenciados pelo Dia das Mães, que é a segunda data mais importante para o comércio, são a queda na renda das famílias, em decorrência da maior inflação e do enfraquecimento do mercado de trabalho, o nível elevado de desemprego, a menor disponibilidade e o maior custo do crédito, além do baixo nível de confiança do consumidor.
Mantendo a mesma base de comparação, pode ser observado que a contração não poupou nem sequer setores de consumo básico, tais como supermercados e farmácias, o que mostra a intensidade da redução do orçamento das famílias, principalmente no caso dos primeiros, severamente afetados pelos expressivos aumentos dos preços dos alimentos, em razão dos problemas climáticos.
Já as fortes retrações das vendas de bens duráveis (móveis, eletrodomésticos, informática, veículos e material de construção) obedecem relativamente mais à contração do crédito e à reduzida confiança, que tem como um dos principais elementos, a perda de segurança no empego por parte daqueles que ainda o conservam.
Apesar do cenário atual de queda contínua do varejo, o modelo de indicadores antecedentes desenvolvido pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associaçao Comercial de São Paulo, com base no Índice Nacional de Confiança do Consumidor (INC), desenvolvido pela IPSOS Public Affaris, continua mostrando que a contração do volume de vendas deverá reduzir-se até o fim do ano.
Essa chegada ao “fundo do poço” se explicaria pela base de comparação mais fraca, e, principalmente, pelo início da recuperação da confiança do consumidor, que começa a desenhar-se a partir de junho, e que deverá manter-se após a mudança efetiva de governo.
Diário do Comércio
Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto
Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.