Consumir ou não consumir, eis a questão
Publicado em 07/07/2014
Tempo de Leitura • 2 min
Especialistas em psicologia econômica garantem, mas muita gente já sabe disso: consumir com base na emoção é complicado. Além de gerar ou aumentar ainda mais as dívidas, pode acabar em arrependimento e frustração, mais difíceis de lidar. Portanto, se a ideia é usar o consignado para realizar um desejo de consumo, os cuidados devem ser redobrados. "Se for uma viagem, por exemplo, o ideal é construir esse desejo: descobrir quanto custa e guardar antes, ou pagar a dívida antecipadamente para viajar tranquilo, sem se preocupar com contas na volta", diz Ricardo Pereira, consultor financeiro do programa Consumidor Consciente da Mastercard.
Para viajar, o aposentado Geraldo Machado fez isso mesmo: aproveitou os juros baixos, mas preferiu estender um pouco o prazo para pagar. "As contas subiram um pouco enquanto quitava o empréstimo, mas não fez muita diferença pois planejei tudo antes. Depois, fiquei só descansando, comendo e bebendo na praia!", relembra.
Outro problema, diz Pereira, é cair na tentação da facilidade em tomar esse crédito: exemplo comum é a pessoa querer quitar um dívida de R$ 5 mil, mas quando vai ao banco, acha tudo tão fácil que acaba voltando com um empréstimo de R$ 10 mil. "Tudo bem que os juros são mais baixos, trocou-se a dívida mais cara pela mais barata... Mas é preciso ter a questão latente: 2% ao mês de juros pode ser menor, mas não quer dizer 'baixo'. O rendimento da poupança é 6% ao ano. É o caso do barato que sai caro, de não colocar na ponta do lápis. Quando a decisão se baseia na emoção: o cérebro 'compra' mesmo", diz Pereira.
Machado, que conta entre risos que até mesmo as contas do cartão de crédito da mulher são "organizadas e programadas", e que ambos costumam quitar de 70% a 80% das dívidas antes de fazer novas, é adepto do mote "sujar o nome, nem pensar". Mas não pensa em fazer outra "extravagância" baseada no consignado tão cedo. "Reforma estressa muito, por isso decidi emprestar. Mas viajar de novo, só com uma boa poupançazinha", garante.
Mário Amigo, da Fipecafi, diz que separar necessidade de desejo é essencial. "Avalie se você precisa mesmo realizar isso hoje ou pode postergar. No primeiro caso, o consignado pode ser a solução. Mas no segundo, poupar é, sem dúvida, a melhor alternativa", finaliza.
Fonte: Diário do Comércio
Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto
Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.