Tradicional, o investimento na compra de imóvel residencial para locação exige cautela em diversas etapas para ser rentável. Os tempos são outros e hoje é praticamente impossível cobrar 1% do preço do imóvel no aluguel, como era antes da valorização imobiliária. Essa modalidade de investimento, no entanto, não sai da carteira de quem gosta e acompanha um costume de família, apesar de estar sujeita a uma série de riscos. Afinal, o imóvel pode dar muito trabalho para o proprietário, como a despesa de condomínio se estiver vazio e o azar de um inquilino ficar inadimplente. A jornalista Priscilla Fiorin, de 35 anos, que recebe renda de aluguel de um apartamento residencial desde 2008, já passou por essas "dores de cabeça" este ano. Mas não se arrependeu. "Foi um investimento que aprendi com meus pais, uma escolha emocional mesmo. Até pensei em vender o imóvel depois de ele ter ficado vago por cinco meses, pela primeira vez desde 2008. Liguei para a minha mãe e ela disse para eu não fazer isso. Era o conselho que eu queria ouvir", conta Priscilla. No período em que arcou com o condomínio e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a jornalista até calculou por quanto precisaria vender o apartamento, aproveitando a valorização recente dos imóveis, para ter uma renda de juros em uma aplicação financeira. Mas voltou atrás. Afinal, o tempo para vender o apartamento seria maior e ela teria, depois de fechar o negócio, despesas expressivas com impostos e comissões. "A solução mais fácil foi continuar alugando porque eu já estava tendo gastos ao deixar o apartamento vazio. Se fosse vender, ficaria mais seis meses nessa situação. Tive uma proposta e voltei a alugar. Tomei essa decisão porque pensei que me sentiria tentada a gastar o dinheiro se ele ficasse rendendo juros em uma aplicação e, com o tempo, poderia perder o valor do imóvel. Ao mantê-lo, ele está garantido". Nesses seis anos recebendo a renda de aluguel, Priscilla avaliou que ganhou muito no período: o momento de mercado era outro e ela conseguiu quitar o imóvel financiado com o aluguel que recebia do inquilino, cenário bem diferente do atual, no qual o preço segue nas alturas. Diário do Comércio